terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

FMI decidirá tamanho da ajuda para Grécia em março

O conselho do Fundo Monetário Internacional (FMI) decidirá sobre o tamanho de sua contribuição para o pacote de ajuda à Grécia "na segunda semana de março", afirmou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, nesta terça-feira (21).
Após 12 horas de negociações, os ministros das Finanças da zona do euro chegaram finalmente a um acordo sobre o segundo resgate para a Grécia, no valor de 130 bilhões de euros (o equivalente a R$ 296 bilhões), destinados a evitar a quebra do país.

Em entrevista coletiva após a longa reunião que fechou o acordo, Lagarde disse que era prematuro especular sobre a decisão do conselho. Relatos não confirmados diziam antes do acordo que o FMI cortaria sua contribuição em 50% ou mais no segundo pacote de ajuda, após assumir 30% do primeiro acordo, fechado em 2010.
IMF Managing Director Christine Lagarde participa de coletiva de imprensa depois da reunião do Eurogrupo em  Bruxelas (Foto: Reuters)IMF Managing Director Christine Lagarde participa de coletiva de imprensa depois da reunião do Eurogrupo em Bruxelas (Foto: Reuters)
Lagarde disse que o FMI acompanharia de perto a implementação dos compromissos anteriores da Grécia, bem como o progresso da Europa no fortalecimento das proteções para conter a crise.
Segundo o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, o FMI  poderia contribuir com 23 bilhões de euros.  "O FMI vai participar do novo programa", afirmou Schaeuble em entrevista coletiva. "A proposta é 13 bilhões de euros mais 10 bilhões que não foram usados no primeiro programa. Mas a decisão será tomada pela diretoria do FMI em sua próxima reunião", emendou.
O comissário para assuntos monetários da União Europeia, Olli Rehn, falando na mesma entrevista coletiva, disse que, como medida interina, o Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) e a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) podem ser geridos simultaneamente, até que o mandato da EFSF expire em 2013. Os 17 países da zona do euro já concordaram em princípio em lançar o ESM em meados deste ano, um ano antes do planejado.

Novo resgate
O novo pacote evita o risco de um calote de 14,5 bilhões de euros da Grécia, correspondentes aos títulos gregos que vencem em 20 de março. Este é o segundo resgate financeiro para o país. Atenas recebeu 110 bilhões de euros em pacotes de resgate financeiro, em maio de 2010, para enfrentar a crise. Depois, em julho de 2011, estabeleceu-se que o país receberia mais 109 bilhões. Mas as quantias foram consideradas insuficientes para manter a dívida do país sob controle.
A Grécia submeterá ao Parlamento a legislação necessária para aplicar o novo empréstimo de 130 bilhões de euros e a quitação da dívida soberana antes do dia 15 de março, para depois ir às urnas, informou o governo grego.
"Quando validarmos o novo acordo do empréstimo no Parlamento, depois será o momento de decidir a convocação de eleições", disse o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, em entrevista coletiva em Atenas. Papademos qualificou o acordo fechado na madrugada passada em Bruxelas de "histórico".
Maior esforço dos credores privados
A negociação entre as autoridades gregas e os bancos, representada pelo Instituto Internacional de Finanças (IIF), fez demorar o acordo durante várias horas. O pacote prevê um maior esforço na participação dos credores privados da Grécia, que aceitaram um perdão de 53,5% da dívida do país, ao invés dos 50% previstos originalmente. Com isso, os bancos, asseguradoras, fundos de investimento e fundos de pensão perderão ao todo cerca de 107 dos 200 bilhões de euros em dívida grega que possuem.
A maior participação dos credores privados contribuirá para diminuir a dívida grega de 160% do PIB para 120,5% em 2020, cinco décimos acima do que estava previsto.
O porta-voz do Governo, Pantelis Kapsis, reiterou que a 'prioridade' do governo é completar o acordo, por isso que pediu à imprensa não dar possíveis datas de eleições gerais, já que poderiam mudar.
A vigilância da Grécia por parte de seus credores será reforçada em troca do plano de resgate. "O plano de resgate da Grécia está baseado em uma rígida condição: a de reforçar a vigilância da Grécia e impor uma presença permanente da missão da Comissão Europeia", disse o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn, após a reunião.

Fonte: G1

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